quarta-feira, dezembro 15, 2004

Os participantes na Reunião do Directório

Vasconcelos, José Estêvão de (1868-1917) (1)
Nasceu em Olhão, em 13 de Novembro de 1868. Fez estudos em Lisboa, cidade onde alcançou, em 1894, o bacharelato em Medicina pela Escola Médico-Cirúrgica. Exerceu clínica em Vila Real de Santo António e passou a residir em Lisboa em 1911. Foi administrador da Caixa Geral dos Depósitos entre este último ano e 1917. Filiado no Partido Republicano Português (Democrático), integrou o seu Directório, nos anos de 1902-1903 e 1913, e che­fiou a respectiva bancada na Câmara dos Deputados, até 1917. Propagandista da República desde 1890, teve actividade na imprensa como director de A Van­guarda colaborador de O Mundo, e fundador e director de A Pátria (Lisboa). Eleito deputado por Setúbal, em 1908 e em 1910. Deputado e senador por Beja em 1911, foi chamado ao governo no final desse ano, desempenhando as funções de ministro do Fomento entre Novembro de 1911 e Junho de 1912. Regressou ao Senado em 1915, ainda por Beja. Faleceu em Lisboa, em 15 de Maio de 1917.
Guimarães, Vitorino Máximo de Carvalho (1876-1957) (2)
Oficial de administração militar. Começa como franquista, mas logo em 1908 surge como um dos líderes da revolta contra a monarquia. Membro da Jovem Turquia e do partido democrático. Professor na Escola Militar, no Instituto Superior de Comércio e na entidade que lhe sucedeu, o Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras. Assumiu-se politicamente como centrista dos democráticos, entre a ala dos bonzos e dos canhotos. Autor da reforma tributária de 1923.
Deputado às constituintes. Chefe dos serviços administrativos da 2ª divisão do CEP. Ministro das finanças do governo de José de Castro (de 19 de Junho a 29 de Novembro de 1915). Ministro das finanças do governo de Cunha Leal (de 16 de Dezembro de 1921 a 6 de Fevereiro de 1922). Ministro das finanças do governo de António Maria da Silva (de 14 de Setembro a 13 de Agosto de 1923). Presidente do ministério de 15 de Fevereiro a 1 de Julho de 1925. A sua principal obra é Contabilidade Pública. Sua Origem e Evolução em Portugal, publicada na Revista da Contabilidade Pública, entre 1941 e 1943.
Martins, Germano Lopes (1871-1950) (1)
Nasceu no Porto, em 7 de Janeiro de 1871, ingressou na Faculdade de Direito de Coimbra (1889-1897), onde alcan­çou o bacharelato (1897). Repartiu a vida profissional entre o exercício da advo­cacia, no Porto e em Lisboa, e o funcionalismo público. Foi gerente do jornal O Norte, representante do Estado na administração da Companhia de Caminhos de Ferro Portugueses, e Conservador Geral do Registo Civil (1911-1922). Filiou-se no Partido Republicano Português em 1890, participando no 31 de Janeiro. Desempenhou os cargos de vereador da Câmara Municipal do Porto, e de secretário geral (1910-1911) e director geral (1911-1935) do ministé­rio da Justiça. Foi deputado democrático pelo Porto nos anos de 1911 e 1915, presidindo à respectiva Câmara a partir de 1912. Ministro do Interior, entre l de Julho e l de Agosto de 1925. Faleceu em Lisboa, a 21 de Junho de 1950.
Lente de Medicina. Colaborador de Ricardo Jorge. Antigo militante progressista e maçon desde 1909. Deputado às Constituintes em 1911. Ministro da instrução do governo de Afonso Costa, de 9 de Janeiro de 1913 a 9 de Fevereiro de 1914. Chefe dos serviços de saúde da CEP. Ministro da instrução no governo de José Domingos dos Santos, de 22 de Novembro de 1924 a 15 de Fevereiro de 1925.
Fontes:
(1) - Ministros e Parlamentares da 1ª Republica - Guinote et al - Lisboa - 1991 - Assembleia da República