Simas Machado seguiu o primeiro conselho, guardou a carta. A missiva enviada a Estêvão de Vasconcelos rezava assim:
Meu prezado amigo
A minha posição é irredutível, o Sr. Dr. Sousa Júnior afirmou ontem peremptoriamente, que o governo e a maioria parlamentar estavam incompatíveis comigo, dada a atitude a minha atitude de franco ataque ao sistema da nossa administração colonial.
Eu não percebo nem reconheço esta incompatibilidade. Estou fazendo, fiel aos princípios e às tradições do velho partido republicano, uma campanha de moralidade que só pode incompatibilizar-me com aqueles que iludem ou sofismam esses princípios e desejam manter dentro da república os processos que desmoralizaram e perderam a monarquia.
Não posso conceber, por minha parte, outra atitude: só abandonarei o directório ante o congresso que me elegeu – quando eu estava já vivamente empenha-do nesta campanha. Vejo bem a inconveniência de um congresso extraordinário, aliás desnecessário, para julgar a pretensa incompatibilidade; mas se a maioria do directório não concordar comigo e se decidir pela sua convocação, eu declinarei nela a respeitabilidade politica das presumíveis e naturais consequências, e não terei dúvida nenhuma em dar conta dos meus actos perante essa magna assembleia soberana.
Aproveito o ensejo para enviar-lhe por cópia uma carta que recebi ontem, do colega Adriano Pimenta, ausente no Porto.
Sou com verdadeira consideração
Amigo certo, muito admirador
Alfredo Magalhães |
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