"Adiamento" Reprovado
A aprovação da proposta de Brito Camacho na câmara dos Deputados, provoca dois dias depois a reunião do congresso da república, (Reunião conjunta da câmara dos deputados e do Senado) para ser realizada a votação final, sem a qual não podia ser promulgada. Nesta reunião Simas Machado continuou a defesa do parlamente e contra o seu “adiamento”
Sr. Presidente: na sessão de anteontem da Câmara dos Deputados combati a proposta de adiamento apresentada pelo meu ilustre colega e brilhantíssimo parlamentar, o Sr. Brito Camacho; e, combati-a, Sr. Presidente, porque em minha consciência a considero bem dispensável e até perigosa.
Pois, decorridas cinquenta e oito horas, eu mantenho exactamente a mesma atitude, e mais me corroboro na opinião que então tive a honra de apresentar perante a Câmara dos Deputados.
Considerei essa proposta de adiamento dispensável, Sr. Presidente, desde que eu vi, de todos os lados da Câmara, numa votação unânime, declararem os diferentes oradores que estavam abertamente ao lado do Governo e que aplaudiam todas as medidas que tinha tomado para a manutenção da ordem e da disciplina social (Muitos apoiados), sem as quais, positivamente, nem as instituições se podem consolidar, nem o país pode progredir. (Muitos apoiados).
E considero-a ainda perigosa, Sr. Presidente, porque o adiamento, se for votado, parece-me que irá causar no estrangeiro uma impressão profunda (Apoiados), supondo-se que o estado do país é muito mais grave e muito mais sério do que aquele que realmente é. (Apoiados).
Mas há mais, Sr. Presidente: ainda considero perigoso o adiamento proposto pelo ilustre parlamentar, Sr. Brito Camacho, por quanto me parece que o Parlamento vai abdicar dum dos seus direitos (Apoiados. - Não apoiados), pelo menos, em consciência, assim o creio; e mesmo porque julgo que muito mais força terá o Governo estando o Parlamento a funcionar (Repetidos apoiados - Não apoiados), tendo ele a certeza de que o Poder Legislativo está a seu lado para abertamente e lealmente lhe dar toda a força para a manutenção da ordem. (Apoiados).
Pois, decorridas cinquenta e oito horas, eu mantenho exactamente a mesma atitude, e mais me corroboro na opinião que então tive a honra de apresentar perante a Câmara dos Deputados.
Considerei essa proposta de adiamento dispensável, Sr. Presidente, desde que eu vi, de todos os lados da Câmara, numa votação unânime, declararem os diferentes oradores que estavam abertamente ao lado do Governo e que aplaudiam todas as medidas que tinha tomado para a manutenção da ordem e da disciplina social (Muitos apoiados), sem as quais, positivamente, nem as instituições se podem consolidar, nem o país pode progredir. (Muitos apoiados).
E considero-a ainda perigosa, Sr. Presidente, porque o adiamento, se for votado, parece-me que irá causar no estrangeiro uma impressão profunda (Apoiados), supondo-se que o estado do país é muito mais grave e muito mais sério do que aquele que realmente é. (Apoiados).
Mas há mais, Sr. Presidente: ainda considero perigoso o adiamento proposto pelo ilustre parlamentar, Sr. Brito Camacho, por quanto me parece que o Parlamento vai abdicar dum dos seus direitos (Apoiados. - Não apoiados), pelo menos, em consciência, assim o creio; e mesmo porque julgo que muito mais força terá o Governo estando o Parlamento a funcionar (Repetidos apoiados - Não apoiados), tendo ele a certeza de que o Poder Legislativo está a seu lado para abertamente e lealmente lhe dar toda a força para a manutenção da ordem. (Apoiados).
Fonte: Diário das sessões do Congresso da Republica - dia 1 de Fevereiro de 1912 (ligação)
A proposta do “Adiamento” do Parlamento foi rejeitada por 90 votos contra e 60 votos a favor.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home