quinta-feira, dezembro 02, 2004

Grupo Radical

Em 7 de Julho de 1912, Raimundo Meira recebe a seguinte deliberação do conselho secreto do Grupo Radical de Defesa da República.

Exmo. Capitão de artilharia Raimundo Meira

A comissão executiva do Grupo Radical Defesa da República reunido em sessão, tendo em vista os grandes serviços por Vexa. Prestados em prol da República, e sendo de urgente necessidade que alguém dirija com capacidade os destinos deste importante grupo, resolveu por uma unanimidade que Vexa fosse nomeado Chefe Supremo deste grupo, e que ficassem incondicionalmente à disposição de Vexa os cidadãos filiados que o compõem.
A comissão:
João José de Carvalho Lima, Rua Bonfim 113;
José Pedroso de Lima, Rua Bonfim 113;
José da Costa, Campo do Rou 24, Massarellos;
António José d’Almeida de Carvalho, Sargento reformado. Quartel da Serra do Pilar;
José Afonso, Rua Pinto Bessa 597;
José Lopes d’Oliveira, Rua do Bonfim 113.


Saúde e fraternidade

Porto, 7 de Julho de 1912

Não consegui arranjar mais notícias das acções deste Grupo Radical, nem relacionados com as incursões de Paiva Couceiro, nem tampouco relacionados com as ameaças e ataques a possíveis candidatos eleitorais, que não fossem de seu agrado.
Vasco Pulido Valente*, refere os seguintes sucessos ocorridos no Porto, realizados por grupos similares a este:
No Porto, o Jornal de Noticias” teve menos sorte. Irritados com um editorial «anti-republicano», os activistas locais fizeram-lhe à bomba uma crítica autenticamente devastadora.”
Verdade ou não o fabrico de bombas tornara-se um desporto perigosamente popular. Em Março, um barbeiro de Miragaia teve um pequeno acidente de trabalho e destruiu três prédios, matando-se a si próprio e mais sete pessoas.”
Não admira que só no cemitério de Miragaia um policia distraído tivesse encontrado mais de 3000 bombas.”

*O poder e o povo – A revolução de 1910, pag 265 e 266 - Publicações D. Quixote - 1975