Meu caro Simas Machado
Não sei há muito notícias suas. Você como vai? Acompanho todos os sucessos com enorme interesse, leio quantos jornais se publicam em Lisboa e cá me vou edificando. Continuo em regime de anacoreta, isolado na minha ilha, entre os meus queridos livros. Escusado é dizer-lhe que estou em espectativa armada, e que não morreria bem se não realizasse um juramento que tenho cá dentro. Muito bem. Diga-me quando vem cá ao Porto para conversarmos, que podemos tomar uma resolução importante, e peço-lhe que não se filie em qualquer grupo político sem me prevenir. Ou já deu esse passo? Assim lhe falo, meu caro Simas, porque nunca hei-de esquecer as suas tão nobres demonstrações de solidariedade e consideração e a grandeza do seu porte, quando a “camorra” investiu contra nós. Que pena, como estará o Pimenta?
Abraço-o bem do meu coração
Alfredo de Magalhães
2 de Março de 1914 Avenida Rodrigues de Freitas, 89 |
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