Meu caro Simas
Agradeço-lhe a sua carta e o seu conselho amigo. E creia-me que ele exprime tão bem a sua amizade, que me tocou profundamente. Mas meu caro Simas, poderei eu abandonar, sobre um facto como o da agressão, o parlamento, a vida política? Ficar-me-ia bem? Eu vejo-a a frio e vejo-a também sob o aspecto político. E a política vai transformar-se. Alguns factos que eu conheço e outros que adivinho, convenceram-me que acontecimentos importantes se preparam nesta vetusta república. Sendo assim, convém que um certo número de indivíduos limpos e de valor estejam em condições de poder apoiar quem tente outra solução patriótica e honesta, dentro da república. Muito temos de conversar, e depois você me dirá se devo ou não abandonar de vez a política. Farto dela estou eu; creia-me, mas tenho hoje responsabilidades que convém não olvidar. Nós três, com alguns amigos de inteira confiança discutiremos isso. Reportar-lhes-ei factos que conheço e que me deixam perplexo ainda. Ouvi-los-ei no tempo que tenho de descansar. O primeiro movimento que se sente neste meio em que me sinto enredado é realmente fugir. Mas se fugirmos … é o triunfo da canalha vil que está emporcalhando a república. Enfim, até breve. Sigo esta semana. Tenho sido acusado de atitudes agressivas, à minha chegada. Veremos, e talvez isso justifique um acto meu.
Até breve, pois vá-se preparando para uma cavaqueira larga. |
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