No mesmo dia em que enviou o telegrama cifrado a Alfredo Pinto, Raimundo Meira escreveu-lhe uma carta em que reafirmava o essencial do telegrama, sobretudo a preocupação de que a organização do Partido Democrático no distrito de Viana do Castelo sofresse com a sua partida.
Meu Exmo. Amigo Confirmo o meu telegrama de hoje. Se for preciso pedir a demissão mande dizer, mas entendo não ser preciso, vistos os decretos de demissão dos militares já estarem lavrados e portanto os pedidos feitos. Como disse é indispensável que venha para cá um democrático para não se perder tudo. Para escangalhar o partido cá no distrito basta o que tem feito o Ramos Pereira, Sousa Júnior, Dias Monteiro, etc, etc. Muito estimei que continuasse neste lugar. Agora um pedido que é importante. Não consinto que retirem de cá a força da guarda republicana antes de se criada a destinada a este distrito. Lembra-se o meu bom amigo que se tinha relaxado por isso e que o nosso ministro assim o tinha prometido. Deixo isso ao seu cuidado e fica bem entregue – logo que seja publicado o decreto da minha exoneração retiro-me para o Porto, tendo na Rua da Boa Hora 29, uma casa às ordens. Desculpe tanta maçada que lhe disse e mande sempre
Raimundo Meira |
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