Manuel José de Oliveira, que anteriormente tinha comunicado a Raimundo Meira a desistência do lugar de deputado pelo circulo de ponte de Lima, motivado pela doença qu o iria vitimar, escreve no inicio do ano de 1915, a lamentar o facto de o novo governador-civil querer apresentar Francisco de Abreu Coutinho, como deputado às futuras eleições. Manuel de Oliveira, dá conta do mal estar que grassa dentro do Partido Democrático devido a esta decisão.
Meu caro e prezado amigo
Estive ontem em Viana com o novo Governador: Afigura-se que lhe meteram na cabeça apresentar o deputado Abreu nas próximas eleições e pareceu-me que pensa em aproximar-nos! A situação irredutível não foi criada por mim, mas pelo próprio Abreu, salientado pelo próprio pasquim violentíssimo que contra mim publicou. Prezo-me de ser homem digno e de honra e o partido terá que escolher entre mim e o Abreu que aliás pouco ou nenhum valor políti-co possui. A situação que ele tem actualmente a mim ma deve, sabe-o Vexa. Tive que me impor para que os corpos dirigentes do partido lhe circuitassem a candidatu-ra. Contra toda a expectativa saiu o que se vê. As comissões daqui não vota-ram a sua candidatura e caso ela seja sancionada, abandonarão o Partido democrático pois consideram uma afronta o nome desse indivíduo. Conviria que as comissões políticas deste círculo estivessem informadas do que se pas-sa: não me vale a mim dá-las porque poderei parecer suspeito e por isso a Vexa recorro, como bom republicano e verdadeiro dirigente da politica distri-tal, para que os informe e lhes diga quem é o deputado Abreu e qual a situação do Partido em Ponte de Lima, caso a sua candidatura seja patrocinada por essas comissões.
Aguardando sempre as suas ordens e com a maior consideração e estima
Manuel de Oliveira
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