domingo, agosto 21, 2005

Alfredo Ernesto de Sá Cardoso (1864 – 1950)

Nasceu em Lisboa. Após os primeiros estudos, ingressou no Colégio Militar e, depois, na Escola do Exército, onde cursou a arma de Artilharia. Assentou praça em 1880, prosseguindo a carreira de oficial do exército (alferes, 1886; tenente, 1888; capitão, 1900; major, 1911; tenente-coronel, 1915; coronel, 1917) que o leva­ria, em 1924, ao posto de general.
Mobilizado na campanha da Lunda, de cujo governo distrital viria a ser secretário (a partir de 1888), foi governador da for­taleza de S. Francisco do Penedo e, nos anos de 1917-1918, pertenceu ao Corpo Expedicionário Português. Desempenhou também o cargo de vogal do Conse­lho de Trabalhos Balísticos.
Teve um filho ilegítimo em 1902, o qual reconheceu no ano seguinte. Casou aos 63 anos, em 1927, com Gabriela Beauregard Moreira de Sá de 51.
Filiado no Partido Republicano Português, foi membro da respectiva Junta Consultiva (1913) e chefe indigitado do partido (em 1919). Passou também pelo Partido Reconstituinte, que fundou com Álvaro de Castro, e pela Acção Republicana, de que foi presidente. Membro da Maçonaria desde 1893, foi iniciado na loja Portugal com o nome simbólico de Alaíde, ascendendo ao grau 33. O que não impediu de abjurar o facto, assinando em 1934 uma declaração de honra na qual afirmava não pertencer a qualquer organização secreta.
Foi participante activo na campanha republicana, ainda na vigência da Monarquia, tomando parte nos acontecimentos de 31 de Janeiro de 1890 e de 28 de Janeiro de 1908. Integrou o Comité Militar para a proclamação da Repú­blica e foi interveniente na revolução de 5 de Outubro de 1910. Com o triunfo republicano, passou a chefe de gabinete de Correia Barreto (1910-1911) e, depois, a governador civil da Madeira (1913-1914). Integrando o agrupamento «Jovem Turquia», chefiou o movimento sangrento de 14 de Maio de 1915. Tomou parte na resistência contra a revolta sidonista de 5 de Dezembro de 1917, tendo conhecido a prisão em 1918-1919. Neste último ano, fiel à sua índole republi­cana, participou na ofensiva contra a «Monarquia do Norte».
Teve assento parlamentar, por Viana do Castelo, em 1913, 1915, 1919 e 1922, presidindo à Câmara dos Deputados neste último ano. Esteve à frente do governo de Junho de 1919 Janeiro do ano seguinte e, novamente, de 16 a 21 de Janeiro de 1920. Voltaria a parti­cipar no executivo, no ministério do Interior, entre Dezembro de 1923 e Julho de 1924. Ao tomar conhecimento da sentença da revolta dos Fifis, devolveu todas as suas condecorações.
Com o advento da Ditadura, foi outra vez preso (1926), vivendo em regime de residência fixa, em Cabo Verde e nos Açores, entre 1927 e 1933. Regressou a Portugal em 1934 para fundar a Aliança Republicana. Viria a falecer em Lisboa, a 24 de Abril de 1950.
NOTA: Da consulta que fiz do processo de Sá Cardoso disponível no Arquivo histórico militar, descobri que ele pediu a 26 de Agosto de 1910, licença por 45 dias para tratamentos médico (cura de águas) de uma doença que ao tempo era incurável. Pediu a suspensão da licença no dia 20 de Outubro de 1910.
Parlamentares e ministros da 1ª República - Marques, Oliveira(coord.). Assembleia da República, Lisboa, 2000
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1 Comments:

Blogger Macillum said...

E é fácil ver em que sectores de Portugal é que a maçonaria está bem estabelecida através da simbologia: as Folhas-de-Acácia, Simbolo Maçónico Internacional (SMI), surgem a enfeitar o Brasão de Portugal desde a Instauração da República, aquando a utilização deste na oficialização de documentos, dinheiro e repartições de Estado;
Vêmos um Compasso (SMI) no logotipo da Ordem dos Engenheiros;
Um Mocho (SMI) no logotipo da Universidade de Coimbra;
Folhas-de-Acácia, Livro-Aberto (SMI), Lamparina (SMI) e Mocho no logotipo da Ordem dos Advogados de Portugal;
Folhas-de-Acácia na Confederação dos Agricultores de Portugal;
Livro-Aberto e Águia olhando p/ nossa esquerda (símbolo imperialista e militarista) no logotipo da Universidade de Aveiro;
Círculo com ponto-ao-centro (SMI) no logotipo do Jornal "O Independente"...
Chamo tb a atenção para as Folhas-de-Acácia no logotipo do Fundo Monetário Internacional (FMI), na garra da águia do Selo Oficial dos E.U.A. e no logotipo da Organização das Nações Unidas (ONU)

www.novaordemditadurial.blogspot.com

10:00 da manhã  

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