Braga, Alexandre (1871-1921)
Da média burguesia portuense, filho do advogado e escritor famoso, do mesmo nome, e sobrinho de Guilherme Braga, Alexandre Braga, filho, nasceu no Porto em 10 de Novembro de 1871, para vir a morrer em Lisboa em 7 de Abril de 1921. Formou-se em Direito, em Coimbra, abrindo, depois, banca de advogado no Porto e na capital. Desde estudante que aderiu ao ideário republicano, fundando efémeros jornais dedicados à causa (Portugal, a Crónica) e publicando, com Fausto Guedes Teixeira, folhetos políticos por ocasião da ditadura Hintze Ribeiro - João Franco (1894).
Mas foi como orador que Alexandre Braga veio sobretudo a distinguir-se, tanto no foro como, e especialmente, na política. Ao lado de António José de Almeida e Afonso Costa, mas porventura maior do que eles no brilho e na construção retórica, contribuiu decisivamente para difundir os ideais que servia entre as massas. Muito popular, foi eleito deputado republicano por Lisboa em 1906 e depois, sucessivamente, até à morte. Os anos de 1906-10 corresponderam ao apogeu dos triunfos oratórios de A. Braga.
Paradoxalmente, a proclamação da República trouxe-lhe a decadência, tanto no discurso como no gozo da popularidade. Democrático, foi, no entanto, ministro do Interior no efémero governo Azevedo Coutinho (Dezembro de 1914 a Janeiro de 1915) e, com mais continuidade, ministro da Justiça no último governo Afonso Costa, derrubado pelo Sidonismo (Abril a Dezembro de 1917). Mas era, já então, pouco conceituado pela sua vida dissoluta e pela sua incapacidade para a superar.
Exilado em 1917-19, regressou depois a Portugal, distinguindo-se ainda pela sua interpretação do fenómeno sidonista e denunciação dos males internos do Partido Democrático que o haviam causado. Retirou-se da política em 1920, falecendo pouco depois. Pertenceu à Maçonaria, tendo sido iniciado em 1909 na loja Fax, de Lisboa.
Ministros e Parlamentares da 1ª Republica - Guinote et al - Lisboa - 1991 - Assembleia da República
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